FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O RESULTADO FINAL DO VINHO

A maneira como as uvas são cultivadas, bem como as práticas enológicas aplicadas, fazem com que os vinhos tenham cores, aromas e sabores diferentes.

O CLIMA

Numa determinada região vinícola, o clima é um fator a ter em especial atenção, face à quantidade de luz solar e calor que essa região recebe.

O clima tem uma influência direta no processo de amadurecimento das uvas.

Podemos classificar as regiões vinícolas em duas grandes divisões:

- regiões vinícolas de clima frio
- regiões vinícolas de clima quente.

Quando as uvas recebem a quantidade necessária de luz solar e calor, vai-se reduzindo o seu nível de acidez e aumentando o seu nível de açúcar.

Em regiões de clima frio, é mais comum encontrarmos vinhos brancos (as uvas brancas adaptam-se melhor a este tipo de clima), vinhos refrescantes, vinhos com acidez elevada e de menor teor alcoólico.

Em regiões de clima quente, encontramos na sua maioria vinhos tintos, com acidez moderada e de maior teor alcoólico.

CHUVAS

Além da luz solar e do calor, a quantidade e distribuição das chuvas durante o ano influencia a produção das videiras.

Chuvas intensas durante o período da colheita prejudicam a qualidade das uvas, causando descidas nos níveis de açúcar e aumentado o risco de fungos nas videiras.

AMPLITUDE TÉRMICA E ALTITUDE

Amplitude térmica é a variação da temperatura do ar entre o dia e a noite.

As regiões com grande amplitude térmica são consideradas ideais para a vinicultura.

O calor diurno é benéfico para o amadurecimento das uvas, O frio da noite permite que a videira descanse, causando maior retenção de acidez e frescor nas uvas.

Os produtores de regiões mais quentes procuram terrenos de altitude para a sua atividade vinícola, dado que as noites são mais frias, encontrando assim um equilíbrio ideal entre a temperatura do dia e a da noite.

O SOLO

As videiras são plantadas em diferentes tipos de solos compostos por: rochas, calcário, granito, argila.

O solo fornece água e elementos nutritivos às videiras, influenciando como podem ser afetados pelas chuvas e pela temperatura.

Conforme os solos onde foram plantadas, as uvas originam vinhos com diferentes aromas e sabores bem distintos.

Solos ricos e férteis proporcionam maior quantidade de cachos nas videiras, enquanto que os solos pobres causam limitações no seu desenvolvimento.

Não deixa de ser curioso que as videiras "preferem" solos pobres para produzir uvas mais ricas que dão vinhos de maior estrutura e qualidade.

Exemplos de solos e caraterísticas dos vinhos que produzem:

- Solos arenosos: proporcionam drenagem da água e retenção de calor. Os vinhos de solos arenosos têm pouca cor, são aromáticos e menos tânicos.

- Solos argilosos: são frios e retêm a água. Os vinhos de solos arenosos possuem cores intensas e boa concentração de compostos.

- Solos calcários: atrasam o amadurecimento da uva por serem solos mais frios. Normalmente, os vinhos provenientes destes solos possuem maior acidez.

A declividade dum terreno é um fator importante no cultivo de videiras e na qualidade das uvas.

Os terrenos em encostas pobres, recebem maior luz solar e fazem melhor a drenagem natural da água das chuva.

No entanto, os terrenos muito inclinados podem sofrer maior erosão e não são apropriados para utilização de máquinas agrícolas.

AS UVAS

As espécies ou variedades de uvas selecionadas para produção de vinho têm uma influência direta no estilo final do líquido e respetiva qualidade.

Exemplos desta influência são os vinhos finos e os vinhos de mesa.

Cada variedade de uvas tem as suas próprias caraterísticas. As uvas brancas tendem a alaborar vinhos mais ácidos e refrescantes, ao contrário das uvas tintas.

Variedades mais delicadas e de casca mais fina, com é o caso da tinta Pinot Noir, originam vinhos de corpo leve com baixa quantidade de taninos.

Ao contrário, uvas como a Tannat e Cabernet Sauvignon geram vinhos encorpados e adstringentes.