VISÃO: UM CONJUNTO DE CAPACIDADES

Quase todas as pessoas nascem com o potencial para ver bem, mas a visão - a capacidade de identificar, interpretar e compreender o que é visto - é aprendida e desenvolvida desde o nascimento.

Uma capacidade visual constrói-se sobre outra, passo a passo, à medida que vamos crescendo. Mas, muitas pessoas falham um passo, ou não o completam, ou têm que começar por atividades escolares ou outras visualmente exigentes, antes que tenha havido um completo desenvolvimento das capacidades visuais básicas.

Por exemplo, é relativamente frequente constatar que crianças que começaram a andar precocemente, para orgulho dos pais, apresentam dificuldades de direcionalidade que se revelam pela determinação tardia da mão preferida para escrever, da intermitência do olho diretor e pela troca de letras - b por d  e  p por q.

Uma vez que a maior parte de toda a informação que recebemos é visual, torna-se claro que uma visão deficiente é fundamental para a aprendizagem, trabalho e até mesmo lazer.

Sendo o sentido que mais nos relaciona com o que nos rodeia é também importante frisar a sua importância no desenvolvimento do padrão emocional. Existe muitas vezes uma relação direta entre comportamentos, como a hiperatividade, e deficiências visuais.

Torna-se importante realçar que é natural que uma criança que necessite de um esforço visual suplementar para exercer certas atividades como a leitura, comece a mostrar desinteresse pela escola.

As exigências parentais e a competitividade no seio de um grupo, leva-as a adotar atitudes que vão da apatia e infelicidade até à rejeição e agressividade. Como é que se sentiria um adulto que fosse obrigado a ir todos os dias para um trabalho onde se sentia incapaz, mesmo à custa de muito esforço ?

As crianças têm diferentes reações ao stress. Perante problemas de origem familiar, algumas retrocedem e exibem padrões de comportamentos correspondentes aos de fases anteriores: infantilismo na fala, chuchar no dedo e alterações visuais como perturbações da direcionalidade acima descritos.

Embora sejam muitas vezes sintomas passageiros, quando se prolongam no tempo acontece originarem perda de algumas conquistas de aprendizagem e suas consequências.

O desenvolvimento das capacidades visuais inclui aprender a utilizar eficientemente ambos os olhos. Mover, alinhar, fixar e focar em conjunto e harmonia, melhora a habilidade para identificar, interpretar e compreender a informação potencial que está disponível.

Naturalmente que existem exceções. Pessoas altamente motivadas podem ter bons resultados mesmo com capacidades visuais muito fracas, mas sempre através de um enorme dispêndio de energia, esforço muitas vezes desnecessário e stress.

Como consequência, a adaptação a um esforço desmedido, passa frequentemente pela degradação do padrão visual, estruturando-o de forma incorreta.

Miopização, estrabismo ou ambliopia são algumas das respostas a um problema visual não corrigido.